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Ex-governador Roberto Santos estava na cremação |
Na manhã de ontem, mais um triste adeus foi dado por causa da violência no trânsito. Na presença de familiares e amigos, o corpo da advogada Carolina Menezes Cintra Santos, 28 anos, morta em um acidente com um carro de luxo na madrugada de sábado, em São Paulo, foi cremado no cemitério Jardim da Saudade, em Brotas.
Filha de uma das famílias mais tradicionais da Bahia - Carolina era sobrinha-neta do médico e ex-governador do estado Roberto Santos, 84 anos, presente na cremação - a advogada morava em São Paulo havia seis meses.
“A família está sentindo muito. Ela era uma pessoa alegre, cheia de projetos. Muitos jovens têm a vida ceifada no trânsito, e esse deve ser um momento de reflexão para todas as famílias”, disse Cristiana Santos, prima da vítima.
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Eduardo Santos (E), pai de Carolina estava inconsolável |
Os pais de Carolina, o empresário Eduardo Cintra Santos e Verena Santos, além dos irmãos Eduardo e Daniela, receberam o apoio do presidente da Rede Bahia, Antonio Carlos Júnior, da mãe dele, Arlette Magalhães, e do sócio-administrador da Rede Bahia, Luís Eduardo Magalhães Filho. Também estiveram presentes o presidente do Vitória, Alexi Portela Júnior, e o ex-deputado Leur Lomanto.
“O trânsito está cada vez pior no Brasil inteiro. Nós lamentamos muito essa perda”, disse Lomanto. “Ela era doce, meiga, tinha a personalidade forte. Era muito bonita, encantadora”, afirmou Tânia Muniz Barreto, amiga da família.
Tragédia
Na noite do acidente, Carolina, que planejou durante muito tempo a mudança para São Paulo, estava no aniversário de uma amiga, com outras baianas. No dia anterior, tinha preparado um jantar para o namorado.
Segundo amigos, a advogada estava em uma fase muito feliz e durante a temporada vivendo em São Paulo esteve sempre muito próxima dos pais Eduardo e Verena.
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Carolina morava em São Paulo, havia seis meses |
Duas taças de vinho
“Pela violência, deve ter sido uma velocidade estúpida. Uma coisa que tirou a vida de uma jovem de 28 anos, por uma forma sem limites de uma pessoa dirigir um carro”, disse Eduardo Cintra Santos, pai de Carolina. A moça teve seu carro, um Hyundai Tucson, atingido por um Porsche dirigido pelo engenheiro Marcelo Malvio Alves de Lima, 36 anos.
Segundo testemunhas, por volta das 3h, Carolina avançava com cuidado um sinal vermelho, quando o Porsche, a 150 Km/h, numa via em que a velocidade máxima era 60 Km/h, colidiu com o carro da advogada, arrastando o veículo por 25 metros até imprensá-lo contra um poste. O acidente ocorreu no Itaim-Bibi, bairro nobre da zona sul de São Paulo, no cruzamento das ruas Bandeira Paulista e Tabapuã.
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, a advogada ficou presa nas ferragens, não resistiu e morreu no local. Uma testemunha informou que, ao sair do carro cambaleando, Marcelo de Lima repetia: “Só tomei duas taças de vinho”. O engenheiro teria dito ainda: “Destruíram o meu carro, destruíram”.
De acordo com a polícia, ele se recusou a fazer exame de sangue para verificar se estava embriagado. Com suspeita de hemorragia interna, Alves de Lima foi levado a um hospital particular. Segundo o delegado Paul Henry Bozon Verduraz, titular do 15º DP (Itaim-Bibi), o engenheiro deve ser preso assim que deixar o hospital e responderá por homicídio doloso, quando se tem a intenção de matar. Isso porque, segundo a polícia, ao dirigir em alta velocidade, ele assumiu o risco de causar um acidente. Quatro advogados de Alves de Lima foram à delegacia só na madrugada de sábado.
Ele é um dos proprietários da Administradora de Carteiras de Valores Mobiliários ALP e parceiro da incorporadora Alves de Lima e Paryzer. Seu carro está avaliado em cerca de R$ 500 mil.